quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

“No software is free and spreading that misconception is harmful”

Ao ler o planeta Fedora (um agregador de blogs relacionados com o Fedora, naturalmente) encontrei esta referencia.

linux-stop-holding-our-kids-back

Em primeiro lugar não vou discutir a veracidade da mesma, mas suspeito que seja verdadeira, em segundo lugar isto reflecte a visão de muitos dos educadores que temos, seja nos Estados Unidos seja em Portugal, na Irlanda ou noutros países em que já estive.

É interessante que apesar do se falar dos direitos de autor ninguém sabe muito bem o que isso significa.

O que me preocupa neste caso é que alguém (professor(a)) que deveria saber o que é e o que significa o direito de autor. Afinal não sabe e age com base em preconceitos estabelecidos. Numa outra pessoa eu ainda seria capaz de perceber mas estamos a falar de alguém com uma preparação profissional e que ainda por cima está a cuidar da formação das gerações mais novas.

Já agora a pergunta é o que é que são piratas?
Pois e qual é nome que se dá aos que cometem violência nas costas da Somália, com grupos organizados a raptarem pessoas e a apresarem navios. E sim, estamos a falar do século XXI.

Lá porque é uma licença isso não implica um pagamento, ou melhor para evitar mal-entendidos há licenças que implicam um pagamento (a maior parte do software proprietário). No Software Livre (ver página da ANSOL sobre isso) as licenças não são os monetários.

Partilhar ideias e histórias é algo que é inerentemente humano. Porque é que partilhar programas feitos por nós é um problema. Porque é que será que não haveria alguém a querer fazer isso, aliás é assim que a maior parte da ciência se faz, partilhando, trocando e acrescentando até ter um corpo complexo.

De facto mudar a forma de perceber o que significam os direitos de autor é uma tarefa hercúlea. E a maior parte dos meus colegas, seja aqui, na Irlanda ou nos Estados Unidos não sabe isso. Claramente temos um caso de dissonância cognitiva. :-(

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Neve



Pois é, hoje dia 1 de Dezembro nevou, a imagem anterior ilustra o que se via no Marão.

Não fora isso e há ainda a particularidade de a Lua, Vénus e Júpiter se encontrarem muito perto no céu.

Essa imagem visível depois à noite, quando as nuvens abriram um pouco, recorda um smile, um sorriso em que Vénus e Júpiter aparecem a rodear a Lua.

Um dia interessante em termos estéticos. :-)

Actualização: Pois, o espanto com a neve foi antes dos nevões de Janeiro de 2009. Interessante em qualquer dos casos.

Fedora 10

Pois, atrasei-me tanto a anunciar o que já toda a gente sabia, o Fedora 10 foi lançado a 25 de Novembro, que agora já saiu a versão alfa da próxima versão, Fedora 11. O que só mostra que os matemáticos não sabem contar. :-)

Berlim

Vamos ver se limpo a minha caixa de mensagens atrasadas.

Em Novembro estive em Berlim, durante um fim de semana, e com aulas para dar na sexta-feira de manhã e na segunda de manhã. Foi uma visita rápida, dois dias muito bem aproveitados a preparar a próxima versão do LyX (que será a versão 2.0).

A reunião decorreu nos escritórios de Berlim da TrollTech agora Qt Software (depois da aquisição pela Nokia).

A reunião foi muito intensa (como sempre costuma ser), foi interessante comparar com a reunião do Plasma que decorreu no Porto (Tokamak 2). Um conjunto muito heterógeneo de pessoas com um objectivo comum a transformar e concretizar ideias discutidas à distância. Há mais no Software Livre do que aquilo que se vê. :-)

Igualmente interessante foi a visita à cidade, com toda a carga simbólica inerente à história e à importância histórica que Berlim teve no século XX.

Gosto bastante da História, porque penso que não a conhece está condenado a repeti-la (procurem no wikiquotes se quiseres saber mais. :-) ) e fui interessante reconhecer muitas das imagens de arquivo e compará-las com aquilo que é a cidade hoje em dia. Impagável, sem dúvida. Ainda hoje, mas de dois meses passados a estação de combóios de Alexanderplatz permanece na minha memória como o local que foi outrora e que é hoje.

Há sempre razões para ter esperança.

LyX 1.6 is ready for release

Pois, é com algum atraso que tenho a anunciar que o LyX 1.6.0 está cá fora.

Este foi mais um ciclo em que me coube a mim a tarefa de coordenar e gerir o lançamento da primeira versão estável resultado de cerca de um ano de desenvolvimento.

Para quem não sabe, o que provavelmente não é o caso de quem está a ler este blog (Nota: aqui a dupla negativa fica estranha e confusa), o LyX é um projecto que tem como objectivo produzir um programa que serve para criar documentos. A ênfase é claramente colocada na criação do conteúdo com a vertente do arranjo da forma a ser posterior.

Esta filosofia contrasta com os processadores de texto tradicionais, aliás o nome em inglês pode ser traduzido literalmente por processadores de palavras. Aqui a formatação ocorre frequentemente através de um conjunto de micro-optimizações que nem sempre jogam bem entre si.

Para o LyX a unidadade fundamental é o documento e para isso há uma série de ferramentas para ajudar à edição.
O sucesso do LyX pode ser explicado fundamentalmente por dois factores igualmente importante, por um lado a filosofia e por outro lado a existência de uma ferramenta por baixo que tem uma grande versatilidade e é extenso no suporte para muitos tipos particulares de edição.

Pessoalmente, e pode parecer estranho vindo de alguém que tem a responsabilidade de gestão do projecto na componente relativa à colocação de um produto cá fora aquilo que me interessa é sem dúvida a filosofia.

É uma experiência pessoal e sem dúvida profissional interessante a da interacção com uma vasta comunidade distribuida geograficamente. Com a subequente gestão de expectativas e conflitos coordenando um grupo de voluntários para lançar um produto de software livre(/open source).

É uma evolução natural na minha relação com o software e implicitamente com os computadores mas que mesmo assim não me deixa de espantar quando olho para o ponto de partida.

Xântico

Sequência de palavras da semana (a mesma terminação):

cântico
dântico
quântico
xântico

E já agora xântico é um adjectivo que significa relativo à cor amarela.